ENSINO REMOTO NA PANDEMIA DA COVID-19 E RISCOS NA SAÚDE DAS DOCENTES DO ENSINO PRIVADO NA BAHIA

Luzinete Oliveira Sales; Jaqueline Ferreira; Paulo Gilvane Lopes Pena; Paloma de Sousa Pinho; Tânia Maria de Araújo

doi:10.1590/SciELOPreprints.6389

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Luzinete Oliveira Sales Universidade Federal do Rio de Janeiro https://orcid.org/0000-0003-3941-7279
Jaqueline Ferreira Universidade Federal do Rio de Janeiro https://orcid.org/0000-0002-7662-1773
Paulo Gilvane Lopes Pena Universidade Federal da Bahia https://orcid.org/0000-0001-9653-5509
Paloma de Sousa Pinho Universidade Federal do Recôncavo da Bahia https://orcid.org/0000-0001-6402-0869
Tânia Maria de Araújo Universidade Estadual de Feira de Santana

DOI:

https://doi.org/10.1590/SciELOPreprints.6389

Keywords:

COVID-19, docentes, ensino, saúde, trabalho

Resumo

O ensino remoto foi uma prática nova utilizada como estratégia para a continuidade das atividades educacionais durante a pandemia de Covid-19. Envolveu mudanças radicais com impactos na saúde docente. Este estudo objetivou analisar os desafios encontrados por docentes da Rede Privada de Ensino do Estado da Bahia na modalidade de ensino remoto e sua repercussão na saúde docente. Os dados originaram-se da pesquisa intitulada “Trabalho docente e saúde em tempos de pandemia (Covid-19)”, realizada por meio de formulário online, no qual constava uma questão subjetiva aberta que oportunizou a narrativa das experiências com o ensino remoto emergencial. O material empírico foi organizado nas seguintes categorias temáticas: o uso das tecnologias digitais no ensino remoto; a intensificação do trabalho e a desvalorização profissional; e repercussão na saúde dos docentes. Verificou-se que a configuração do ensino remoto emergencial transformou os domicílios das docentes em espaços de atividades pedagógicas com organização e condições de trabalho improvisadas e sobrepostas às atividades domésticas. Registraram-se relatos de práticas de assédio moral e efeitos adversos à saúde, como burnout e sofrimento psíquico, em função da pressão para corresponder às demandas educacionais. Isso incluiu a necessidade de aquisição rápida de conhecimentos e manejo de recursos tecnológicos que demandavam continuamente, muitas vezes sem pausas de descanso, com prejuízos significativos à saúde mental docente.

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Biografia do Autor

Jaqueline Ferreira, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Doutora em Antropologia Social, Professora Associada do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva da UFRJ.

Paulo Gilvane Lopes Pena, Universidade Federal da Bahia

Graduado em Medicina pela Universidade Federal da Bahia (1980); Residência em Medicina Social e Saúde Ocupacional/Medicina do Trabalho (1982); Mestre em Saúde Pública pela Universidade Federal da Bahia (1989); Mestre em Recherches Comparatives Sur Le Développement - École des Hautes Études en Sciences Sociales (EHESS) - Paris (1994); ; Doutor em Sócio-Économie du Développement - École des Hautes Études en Sciences Sociales - (EHESS) - Paris (1999); e Pós-doutorado pela ENSP/FIOCRUZ (2009). Professor Titular aposentado do Departamento de Medicina Preventiva e Social da Faculdade de Medicina da Bahia - Universidade Federal da Bahia; professor permanente do Programa de Pós-graduação em Saúde, Ambiente e Trabalho - PPGSAT da Faculdade de Medicina da UFBA. Atua, principalmente, nas seguintes áreas do ensino, pesquisa e extensão universitária: saúde pública e saúde do trabalhador, antropologia médica, história da saúde do trabalhador, condições de trabalho e saúde, sócio antropologia da saúde e da medicina, medicina do trabalho. Destacam pesquisas no âmbito das doenças e acidentes de trabalho em pescadores artesanais; trabalho precário e saúde no setor de serviços; segurança alimentar e nutricional e a saúde do trabalhador; riscos radiativos em expostos nas atividades de mineração de urânio na Bahia; distúrbios musculoesqueléticos e distúrbios psíquicos em operadores de telemarketing.

Paloma de Sousa Pinho, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia

Enfermeira, Professora Adjunta IV do Centro de Ciências da Saúde da UFRB com Mestrado em Saúde Coletiva e Doutorado em Saúde Publica. Linhas de Pesquisa: Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora, Trabalho Doméstico, Trabalho Docente, Saúde Mental, Gênero e Imunização.

Tânia Maria de Araújo, Universidade Estadual de Feira de Santana

Graduação em Psicologia pela Universidade Federal de Minas Gerais (1990), Mestrado em Saúde Comunitária pela Universidade Federal da Bahia (1994); Doutorado em Saúde Pública pela Universidade Federal da Bahia (1999), Pós-doutorado na University of Massachusetts, Estados Unidos (2004) e na Heinrich-Heine-Universität Düsseldorf (HHU) (2019). Professora Visitante da Heinrich-Heine-Universität Düsseldorf (HHU), Alemanha (2018-2019). Atualmente, Professora Titular Pleno da Universidade Estadual de Feira de Santana. Coordenadora do Núcleo de Epidemiologia da UEFS. Docente dos Programas de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (UEFS) e de Saúde, Ambiente e Trabalho (UFBA). Membro da Comissão de Epidemiologia (2018-2021) e do GT Saúde Mental da Associação Brasileira de Saúde Coletiva/ABRASCO. Membro da Coordenação Colegiada da Comissão de Epidemiologia/ABRASCO (2022-2024). Co-Chair do Comitê de Work Organization & Psychosocial Factors da International Comission on Occupational Health, (ICOH-WOPS) (gestão 2018-2022 e 2022-2024). Membro da Comissão de Avaliação Quadrienal dos Programas de Pós-Graduação Acadêmico da CAPES (2022). Editora Associada da Revista Brasileira de Epidemiologia (Saúde Mental), da Revista Ciência & Saúde Coletiva (área de Saúde e Trabalho) e da Revista Brasileira de Saúde Ocupacional. Participou do GT que elaborou o Protocolo de Distúrbios Vocais Relacionados ao Trabalho (DVRT), publicado pelo Ministério da Saúde, em 2018. Participou do GT que discutiu as Diretrizes de Vigilância e Atenção Integral à Saúde Mental Relacionada ao Trabalho criado pela Coordenação Geral de Saúde do Trabalhador do Ministério da Saúde (2017). Coordena o GT Saúde Mental e Trabalho da Frente Ampla em Defesa da Saúde dos Trabalhadores. Diretora Científica Adjunta da Associação Brasileira de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (ABRASTT), Gestão 2022-2023. Tem experiência na área de Saúde Coletiva, com ênfase em Saúde Mental e Trabalho, atuando principalmente nos seguintes temas: saúde mental, estresse ocupacional, saúde mental e trabalho, condições de trabalho, trabalho docente e saúde, gênero e saúde.