Neutralidade e viés judicial: Filiação partidária e os réus da Operação Lava Jato
DOI:
https://doi.org/10.1590/SciELOPreprints.4689Keywords:
partidos políticos, corrupção, BrasilResumo
Os propósitos do texto são identificar a distribuição das vinculações político-partidárias dentre os réus da Operação Lava-Jato, bem como a existência de vieses por parte das diferentes jurisdições de primeira instância que atuaram na Lava-Jato (localizadas em Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro).
Metodologicamente, compilamos a integralidade dos nomes dos réus da Operação Lava-Jato e superpusemos o resultado às listas de filiação partidária da Justiça Eleitoral. Três foram as principais conclusões: Há mais pessoas com filiação partidária entre os réus da Operação Lava Jato do que na população em geral. A distribuição da filiação partidária, dentre os réus da Lava Jato, obedece ao tamanho dos partidos. Ou seja, quanto maior o partido, maior o número de réus com filiação àquele partido. Essa distribuição existe tanto para os réus da justiça comum como para as pessoas com foro privilegiado, em relação às quais abriram-se inquéritos criminais no Supremo Tribunal Federal. Por fim, o trabalho demonstra que na jurisdição da Subseção Judiciária de Curitiba, e apenas nela, houve um pouco mais de denúncias contra filiados ao Partido dos Trabalhadores.
O trabalho contribui para a literatura em duas frentes. Primeiro, por sugerir neutralidade dos sistemas brasileiros de repressão à corrupção, exceto na persecução a filiados do PT em Curitiba. Segundo, por trazer dados que autorizam associação entre corrupção e filiação político-partidária.
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- 27/10/2022 (2)
- 06/09/2022 (1)
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Copyright (c) 2022 Maria Paula Bertran, Luiz Vilaça, Ildeberto Rodello, Luciana Morilas, Evandro Marcos Saidel Ribeiro

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