O PROBLEMA DO EXTRATIVISMO EPISTÊMICO E DA ETNOBIOPIRATARIA: DESAFIOS PARA A PROMOÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS
DOI:
https://doi.org/10.1590/SciELOPreprints.7700Keywords:
Extrativismo epistêmico, Direitos Humanos, Apropriação cultural, Interculturalidade crítica, EtnobiopiratariaResumo
Diante de demandas contemporâneas no campo da luta por direitos e, especialmente, diante da devastação ambiental que obriga a repensar o modo como se estrutura o mundo ocidental hegemônico, é possível notar uma transformação dos temas das pesquisas científicas nas universidades, que vêm buscando um diálogo intercultural e o resgate de saberes ancestrais. Neste contexto, têm surgido diversos questionamentos no que tange à forma como esse diálogo ocorre, de maneira a compreender se a inclusão de saberes não hegemônicos promove transformações estruturais ou se caracteriza como uma mudança funcional para o neoliberalismo e a sua lógica colonial, o que vem sendo chamado de “extrativismo epistêmico” ou “pirateamento de saberes”. Com o objetivo de apresentar o problema do extrativismo epistêmico, este artigo discutirá, inicialmente, o problema da etnobiopirataria como a mais alta expressão dessa mentalidade extrativista, e, no segundo movimento do artigo, levantará desafios ético-políticos para que a pesquisa científica possa de fato realizar o diálogo intercultural promovendo os direitos humanos. Defenderemos que para romper com o extrativismo epistêmico é necessário reconhecer como legítimas diferentes formas de produção e expressão de conhecimentos, bem como reconhecer como legítimos/as seus/suas conhecedores/as, isto é, como sujeitos de saberes e de direitos, com atenção a suas lutas e demandas e com a retribuição por seus ensinamentos.
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