Midiatização da clínica e diagnóstica contemporânea
DOI:
https://doi.org/10.1590/SciELOPreprints.6814Keywords:
Psicopatologia, Diagnostica, Psicanalise, Psiquiatria, SociedadeResumo
Esse artigo tem como principal objetivo associar as noções de sociedade do espetáculo, neoliberalismo e psicopatologia. Na sociedade espetacular, tem-se uma supremacia da imagem como mediação das relações humanas. Já no neoliberalismo, vê-se uma forma específica de gestão do sofrimento, que faz com que o sujeito seja semelhante a uma empresa, com gestão de riscos e análise de desempenho. A partir disso, observa-se uma virada no campo da psicopatologia, na qual termos como “eficiência” e “déficit” são inseridos, indicando que, em última instância, todos são transtornados. Assim, nesses moldes de sociedade, percebe-se um sujeito do qual é preciso cada vez mais demonstrar desempenho, atualizando a noção de patologia, que pode ser vista como aquele que não produz e não consome. Aliado a isso, têm-se o sustento desse discurso hegemônico pela própria psicologia e pela psiquiatria com a divulgação dos métodos diagnósticos e pela cientifização dos hábitos nas redes sociais, fazendo com que essas áreas sejam pontos de manutenção ideológica e econômica da atualidade. Assim, o sujeito na modernidade passa a ser aquele que, exposto a diagnósticos e métodos clínicos como se fossem mercadorias, se identifica com os diagnósticos em um processo que patologiza experiências da vida. Diante de uma exigência do desempenho a todo custo, o sujeito performa sintomas e diagnósticos, que sendo objetos de consumo, podem representar também aprovação social e não mais motivo de exclusão. Pensar no campo da psicopatologia hoje é pensar para além do binômio saúde e doença, mas também, na sua capacidade de mobilização social.
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