Caracterização dos Períodos de Crise e Pós-Crise Hídrica da Água Bruta da Bacia do Guandu através de Parâmetros de Qualidade
DOI:
https://doi.org/10.1590/SciELOPreprints.571Keywords:
Cianotoxinas, cianobactérias, análise físico-química e colimétrica, metagenômica, qualidade sanitária da água bruta, saúde públicaResumo
No início do ano de 2020, cerca de 9 milhões de habitantes da Região Metropolitana do Rio de Janeiro dependente do Sistema Guandu, vivenciou uma crise no abastecimento de água, recebendo água com gosto e odor. Este trabalho realizou a análise da qualidade sanitária da água bruta, captada por esse sistema, em dois momentos distintos, “na crise” e “pós-crise”, quanto à presença de cianobactérias e cianotoxinas na água bruta, através de estudos de metagenômica e de quantificação de cianotoxinas, microcistina (MC) e saxitoxina (SXT) por ELISA, comparando métodos de extração e processamento. Foram também realizadas análises de parâmetros de qualidade da água bruta, através da determinação dos níveis de coliformes totais e de Escherichia coli e de alguns parâmetros físico-químicos, de modo a se comparar com dados de análises do INEA. A água bruta captada nos dois momentos estava com níveis de Escherichia coli, acima da faixa de valores máximo permitidos (VMP) descrito na Resolução n. 357/2000 do CONAMA, enquanto os parâmetros físico-quimicos analisados apresentaram níveis satisfatórios, assim como os níveis das cianotoxinas, para SXT. Entretanto, destaque-se que na metodologia de extração por filtro, a amostra “pós-crise¨ não estava dentro do VMP para a cianotoxina MC. Portanto, caso a análise tivesse sido feita por esta mesma metodologia, é provável que os valores de MC das amostras no momento da crise também estariam acima do VMP. Isto porque, na metodologia comumente usada, o valor para MC foi acima do VMP para o momento ¨pós-crise¨. Portanto, na revisão da Portaria de Potabilidade se faz necessário descrever uma metodologia de extração que possa expressar o real risco em relação aos níveis de cianotoxinas presentes na água bruta. Desta forma, é importante que seja implementado, o quanto antes, o saneamento nas cidades a montante da captação de água bruta desse manancial, a fim de que eventos como os acontecidos durante a “crise hídrica” não seja vivenciado novamente. Além disso, a curto prazo, é necessária a realização de monitoramento periódico dos reservatórios, integrando as análises de genômica, biogeoquímica e de toxicidade, para que estação de tratamento tome as decisões adequadas para evitar algum problema e garantir a qualidade do abastecimento. Outrossim, esse recomendado procedimento poderá fornecer dados para a realização do Plano de Contingência, para que o quadro de floração não se amplie.
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