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A dupla nacionalidade de João Rodrigues Cabrilho, nascido português, naturalizado castelhano. Parte I – Uma revisão muito necessaria

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DOI:

https://doi.org/10.1590/SciELOPreprints.5255

Keywords:

História, Portuguesa, Cabrilho, nacionalidade, Alvar Nunes, Antonio Fernandes, Bartolome Ferrer, Pedro de Alvarado, navios, Califórnia, maritima, descobertas, naturalização, frota, estrangeiros, testamento, carbono-14, crucifixo, Novo Mundo, colonial, Século XVI, Espanha, Portugal, Guatemala, EUA, Nova Espanha, Nicarágua, México, genovês, Génova, homónimos, Vice-rei, Antonio de Mendoça, Itália, Neroni da Peccioli, 1604, mapa, Florença, Baía, Monte, Philippe Buache, Gerês, Serra, Antonio de Herrera y Tordesillas, natural, nascido, Sebastião Rodrigues Soromenho, Santa Teresa de Ávila

Resumo

Esta é uma série de três artigos que revela muitas conexões novas e importantes entre documentos históricos conhecidos e o dealbar da descoberta marítima da Alta Califórnia. Traz novos dados acerca da complexa rede de indivíduos e acontecimentos que culminaram nesta viagem épica, focando-se na nacionalidade de João Rodrigues Cabrilho e noutros portugueses donos de navios na frota de Alvarado-Mendoça, em 1540-1543.

Na parte I destaca-se a apresentação do testamento inédito de Bartolome Ferrer (datado de 1547), onde o piloto-mor de Cabrilho declara ser natural (provavelmente como nascido, não como naturalizado) de Albissola, perto de Savona. Ferrer era genovês e não espanhol, corrigindo o que é aceite actualmente.

Na parte I faz-se ainda uma revisão critica do contexto internacional à época de Cabrilho, dando-se muitos exemplos de estrangeiros naturalizados que não eram nascidos em Espanha, questionando-se assim seriamente as conclusões simplistas e prematuras acerca do nascimento de Cabrilho em Espanha, com base nas importantes descobertas documentais de W. Kramer em 2015.

A parte II detalha as provas categóricas acerca de Alvar Nunes ser um piloto português e coproprietário do Santa María de Buena Esperança, muito provavelmente o segundo maior navio na frota de Cabrilho (talvez rebaptizado como Santa María de La Victoria). Notoriamente, António Fernandes poderá ter sido o português dono de ainda um outro navio na frota de Alvarado - o Anton Hernandez, alternativamente indicado como sendo o segundo maior na frota de Cabrilho.

Acrescentando à única confirmação da nacionalidade portuguesa de Cabrilho, feita por Antonio de Herrera y Tordesillas (c. 1615), a parte II detalha um mapa da Califórnia de extrema importância, feito pelo cartógrafo florentino Matteo di Jacopo Neroni da Peccioli. Baseado em fontes espanholas, este “redescoberto” mapa de 1604 (introduzido na parte I) mostra o topónimo Baía de Cabrilho, com o nome do navegador escrito em português (com lh), robustecendo assim significativamente a nacionalidade portuguesa de Cabrilho. Claramente, Herrera já não está só.

Crucialmente, na parte II, dando suporte à nacionalidade portuguesa de Cabrilho, documentam-se ainda novas, diversificadas e fortes provas circunstanciais acerca de Juan Rodríguez(s) portugués (que seria Cabrilho, com toda a verossimilhança) nas Honduras e Nicarágua. Enquanto António Fernandes era um vizinho português de Granada (Nicarágua), Alvar Núñez portugués e Juan Rodríguez portugués (os seus nomes, como escritos em documentos castelhanos) conheceram-se em León da Nicarágua, pelo menos em Outubro de 1529.

Na parte II apresentam-se também documentos dos arquivos eclesiásticos da freguesia de Cabril (norte de Portugal) relativos a uma família Rodrigues em torno de 1520. Adicionalmente, documentos “esquecidos” de séculos passados, acerca do vizinho Monte Cabrilho, confirmam que o nome Cabrilho existia em Portugal.

 

A parte II termina discutindo novos dados cronológicos de suprema relevância, baseados no radioisótopo carbono-14, que permitem validar os anos iniciais da década de 1530 como sendo aqueles em que Cabrilho ofereceu um crucifixo à sua família Rodrigues em Lapela (de Cabril), em concordância com a sua tradição oral ancestral.

 

Na parte III discutem-se homónimos de Juan Rodríguez(s) português (como o rico comerciante português do Panamá) que não eram o Cabrilho, e homónimos de outros indivíduos de destaque em muitos dos acontecimentos da vida de Cabrilho, incluindo Francisco López portugués, tendo-se talvez naturalizado igualmente na actual Palma del Río. Finalmente, a parte III discute ainda o que muito provavelmente será a primeira prova da existência do próprio testamento de Cabrilho.

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Biografia do Autor

Paulo Manuel João Afonso, American River College

American River College

Departamento de Física e Astronomia 

Professor Associado de Astronomia

Postado

04/01/2023 — Atualizado em 05/09/2023

Versões

Como Citar

Afonso, P. M. J. (2023). A dupla nacionalidade de João Rodrigues Cabrilho, nascido português, naturalizado castelhano. Parte I – Uma revisão muito necessaria. In SciELO Preprints. https://doi.org/10.1590/SciELOPreprints.5255 (Original work published 2023)

Série

Ciências Humanas

Plaudit

Justificativa da versão

Esta e' a versão final, agora que o artigo foi aceite para publicação, com as pequenas modificacoes finais efectuadas

Declaração de dados

  • Os dados de pesquisa estão contidos no próprio manuscrito