Desigualdades de gênero e raça na pandemia de COVID-19: implicações para o controle no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.1590/0103-11042020E423Keywords:
Gênero e saúde, Raça e saúde, COVID-19Resumo
Esta revisão narrativa sintetizou evidências científicas sobre desigualdades de gênero e raça na pandemia da COVID-19, enfocando o trabalho produtivo/reprodutivo das mulheres, a violência de gênero e o acesso aos serviços de saúde sexual e reprodutiva (SSR). Os resultados confirmam que as desigualdades sociais devem ser consideradas para o efetivo controle da pandemia e a preservação de direitos. Para além dos efeitos diretos do SARS-CoV-2, discute-se que barreiras de acesso a serviços de SSR podem ocasionar o aumento de gravidezes não-pretendidas, abortos inseguros e mortalidade materna. O distanciamento social tem obrigado muitas mulheres a permanecer confinadas com seus agressores e dificultado o acesso a serviços de denúncia, incorrendo no aumento da violência de gênero e em desfechos graves à saúde. Como principais responsáveis pelo cuidado, as mulheres estão mais expostas a adoecer nas esferas profissional e doméstica. A conciliação trabalho-família tornou-se mais difícil para elas durante a pandemia. A literatura naturaliza as diferenças de gênero, raça e classe, com ênfase em fatores de risco. Uma agenda de pesquisa com abordagem interseccional é necessária para embasar a formulação de políticas que incorporem os direitos humanos e atendam às necessidades dos grupos mais vulneráveis à COVID-19.
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Copyright (c) 2020 Ana Paula dos Reis, Emanuelle Freitas Góes, Flávia Bulegon Pilecco , Maria da Conceição Chagas de Almeida, Luisa Maria Diele-Viegas, Greice Maria de Souza Menezes, Estela Maria Leão Aquino

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