DOI do artigo publicado https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2020054002950
Mudanças na alimentação na coorte NutriNet Brasil na vigência da COVID-19
DOI:
https://doi.org/10.1590/SciELOPreprints.1015Keywords:
COVID-19, dieta, alimentos ultraprocessados, coorte NutriNet, BrasilResumo
Objetivo: Descrever características da alimentação dos participantes da coorte NutriNet Brasil imediatamente antes e na vigência da pandemia de COVID-19.
Métodos: Os dados deste estudo provêm de coorte de adultos criada para investigar prospectivamente a relação entre alimentação e morbimortalidade por doenças crônicas não-transmissíveis no Brasil. Para este estudo, foram selecionados os primeiros participantes (n=10.116) que responderam por duas vezes questionário simplificado sobre sua alimentação no dia anterior, a primeira ao ingressar no estudo, entre 26 de janeiro e 15 de fevereiro de 2020, e a segunda entre 10 e 19 de maio de 2020. O questionário indaga sobre o consumo de marcadores de alimentação saudável (hortaliças, frutas e leguminosas) e não saudável (alimentos ultraprocessados). Comparações de indicadores baseados no consumo desses marcadores antes e na vigência da pandemia são apresentadas para o conjunto da população estudada e segundo sexo, faixa etária, macrorregião de residência e escolaridade. Testes qui-quadrado e testes t foram utilizados para comparar proporções e médias, respectivamente, adotando-se p <0,05 para identificar diferenças significantes.
Resultados: Para o conjunto dos participantes, identificou-se aumento modesto, porém estatisticamente significante, no consumo de marcadores de alimentação saudável e estabilidade no consumo de marcadores de alimentação não saudável. Esse padrão favorável de mudanças na alimentação com a pandemia se repetiu na maior parte dos estratos sociodemográficos. Padrão menos favorável de mudanças, com tendência de aumento no consumo de marcadores de alimentação saudável e não saudável foi observado nas macrorregiões Nordeste e Norte e entre pessoas com menor escolaridade, sugerindo desigualdades sociais na resposta à pandemia.
Conclusões: Caso confirmada, a tendência de aumento no consumo de alimentos ultraprocessados nas regiões economicamente menos desenvolvidas e nas pessoas com menor escolaridade preocupa, pois o consumo desses alimentos aumenta o risco de obesidade, hipertensão e diabetes, cuja presença aumenta a gravidade e a letalidade da COVID-19.
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Copyright (c) 2020 Eurídice Martínez Steele , Fernanda Rauber, Caroline dos Santos Costa, Maria Alvim Leite, Kamila Tiemann Gabe, Maria Laura da Costa Louzada , Renata Bertazzi Levy , Carlos Augusto Monteiro

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