Tendências temporais e mudanças pós-pandemia de COVID-19 na prevalência de atividade física e comportamento sedentário em adultos brasileiros entre 2006 e 2021

Resumo

Objetivo: Analisar as tendências temporais e prevalência dos indicadores de atividade física e comportamento sedentário em adultos das capitais brasileiras entre 2006 e 2021, incluindo o período de pandemia. Métodos: Trata-se de estudo de série temporal de inquéritos transversais baseado no Sistema de Vigilância Telefônica de Doenças Crônicas. As tendências de atividade física suficiente no lazer (AFL), atividade física suficiente no deslocamento, prática insuficiente de atividade física e tempo total de tela foram estimadas por meio da regressão de prais-winsten. As tendências temporais e as prevalências anuais foram calculadas por sexo, faixa etária e escolaridade. Resultados: Na população total, foram encontradas tendências temporais significativas para AFL (β=0,614) e tempo total de tela (β=1,319). Quanto à prevalência, a AFL aumentou de 29% em 2009 para 39% em 2019, seguido de uma redução de 2,3% entre 2020 e 2021. A prevalência do tempo total de tela aumentou consideravelmente entre 2019 e 2020 (4.7%). Embora a inatividade física tendesse a diminuir ao longo da série, sua prevalência aumentou 3,4% entre 2019 e 2021, assim como a atividade física no deslocamento diminuiu 3,7% no mesmo período. Conclusão: Enquanto a AFL aumentou ao longo dos anos, é incerto se essa tendência se manterá nos anos seguintes ao COVID-19. Não apenas as pessoas alteraram seus hábitos de lazer, mas também há um domínio crescente do tempo de tela devido à mudança nos padrões sociais e de trabalho. Mais estratégias precisam ser abordadas para o enfrentamento da inatividade física, comportamento sedentário e revisão das metas nacionais pós-pandemia.